terça-feira, 26 de abril de 2011

Cresce a participação de estudantes da rede pública na Unicamp


Dados indicam que as mudanças implantadas este ano, a partir do novo modelo do vestibular, tiveram impacto positivo

O número de estudantes da rede pública matriculados em cursos da Unicamp bateu recorde no Vestibular Nacional Unicamp 2011. São 1.111 alunos que cursaram todo o ensino médio em escolas da rede pública, o que equivale a 32% dos matriculados deste ano, contra 1.003 em 2010, 29,4% dos admitidos naquele ano. O índice de 2011 está entre os maiores dos últimos anos e reverte a tendência de queda que vinha se verificando desde 2009, quando a participação havia caído abaixo de 30%. O maior número absoluto de matriculados oriundos da rede pública havia ocorrido anteriormente em 2009, com 1.033 matriculados. Em números relativos, o maior índice ainda é o de 2005, com 34,2%.

Os números também aumentaram entre os inscritos ao vestibular. Foram 14.277 candidatos da rede pública, ou 27%, em 2011, contra 13.503, ou 26,4% dos inscritos, no ano anterior. Vale lembrar que o Vestibular Unicamp 2011 teve recorde de inscritos, com 51.222 candidatos concorrendo aos cursos da Unicamp.

Os dados apontam o impacto no Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social da Unicamp (PAAIS), que bonifica os candidatos da rede pública na nota final. Atrair bons alunos desse grupo é crucial para a Unicamp, pois a participação deles entre os matriculados cresce sempre, em relação ao de inscritos, sendo que neste ano esse crescimento foi ainda maior do que em anos anteriores. Esse avanço na participação pode ser medido pela variação entre as porcentagens de inscritos para matriculados: 3 pontos percentuais em 2010, tendo passado para 5 pontos percentuais em 2011.

O novo vestibular

O Vestibular Nacional Unicamp 2011 foi o primeiro no novo modelo, com 48 questões de múltipla escolha na primeira fase (eram 12 questões dissertativas), um novo modelo de prova de Redação (com três textos) e quatro provas na segunda fase, em grandes áreas (Língua Portuguesa e Literatura, Matemática, Ciências Humanas e Língua Inglesa, Ciências da Natureza), aplicadas em três dias consecutivos (eram quatro anteriormente), com 24 questões dissertativas por dia. Além disso, todos os candidatos passaram a ter a prova de Redação corrigida, o que não ocorria nos últimos anos, quando havia uma pré-seleção a partir das notas obtidas nas questões da primeira fase.

O aumento na participação de alunos da rede pública foi verificado já na passagem da primeira para segunda fase. Em 2010, 20,3% dos candidatos convocados para fazer a segunda fase do vestibular eram oriundos da rede pública, este ano foram 21,8%. Mesmo considerando-se o aumento da participação da rede pública entre os inscritos, esses números indicam que a nova prova de primeira fase beneficiou esses candidatos.

Os dados indicam que as mudanças tiveram impacto positivo em todos os sentidos, com maior número de candidatos inscritos, maior participação de estudantes da rede pública entre inscritos, aprovados para a segunda fase e matriculados. Todos os dados são preliminares e serão analisados mais detalhadamente, em um estudo completo da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) sobre o impacto do novo modelo do Vestibular Unicamp.


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