segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Programa de pré-iniciação científica na USP - para alunos do Ensino Médio

PROGRAMA DE PRÉ-INICIAÇÃO CIENTÍFICA

 
Apresentação: 
O Programa de Pré-Iniciação Científica visa à participação dos alunos do Ensino Médio das escolas públicas vinculadas à Secretaria de Estado da Educação de São Paulo em atividades de pesquisa científica, as quais serão desenvolvidas nos diversos Institutos da Universidade de São Paulo (USP), com apoio financeiro do Banco Santander S/A por um período que vai do início das atividades em 2011 até o término das mesmas.
Para tanto, é formalizado um Convênio entre a Secretaria da Educação (SEE), a Universidade de São Paulo (USP), a Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP) e o Banco Santander S/A. Esse programa é uma iniciativa que cria condições para que os alunos participem de projetos de pesquisa nas áreas de Ciências da Natureza, Ciências Humanas, Linguagens e Códigos e Matemática (agrupados pela Universidade de São Paulo em: exatas, biológicas e humanas), acompanhem atividades e convivam com procedimentos e metodologias adotadas em pesquisa científica, oferecendo, assim, oportunidades de formação pessoal, aprimoramento de conhecimentos e incentivo ao preparo para a vida profissional. 

Os professores cadastrados e selecionados participarão de ações de formação para supervisionar os alunos de seu grupo
Participantes: 
Alunos:
Alunos de escolas públicas vinculadas à Secretaria de Estado da Educação de São Paulo, com interesse em atividades de pesquisa, atualmente matriculados na 2ª ou 3ª séries do Ensino Médio, com bom aproveitamento escolar, com idades entre 15 e 18 anos e disponibilidade de 8 horas semanais, fora de seu horário de aulas no período letivo mais 16 horas distribuídas nas férias e no recesso escolar.

Professor Supervisor:
Professores de escolas públicas vinculadas à Secretaria de Estado da Educação de São Paulo titulares de cargo efetivo e que permaneçam na mesma escola durante o período de realização do Programa de Pré-Iniciação Científica, com interesse em desenvolver trabalhos voltados à pesquisa e disponibilidade para participar das orientações técnicas oferecidas aos sábados (seis encontros anuais).

Professor Orientador:

Professores da Universidade de São Paulo que manifestaram interesse em receber alunos do Ensino Médio, portadores no mínimo do Título de Doutor com experiência na orientação de atividades de pesquisa (produção científica, tecnológica e artística) e disponibilidade de recursos para manter as atividades do aluno da rede pública.
Observação: a seleção desses professores e dos projetos por eles apresentados é de responsabilidade da Pró-reitoria de Pesquisa da USP.

Maiores informações clique aqui.

A escola às escuras I - Julio Groppa Aquino

Hoje estava folheando alguns artigos antigos que tenho guardado e encontrei um que merece leitura, reflexão e debate. Trata-se de uma entrevista que o professor Julio Groppa Aquino deu à revista Carta Capital na edição 364 (Out/2005).
Como a entrevista é grande vou postá-la no blog por etapas. Os grifos são meus...
Leiam, reflitam e comentem...
Mirtes.


Edição 364 - Revista Carta Capital

A ESCOLA ÀS ESCURAS

por Flavio Lobo

É preciso ter coragem para desmascarar esse estado lamentável das coisas na educação, seja particular, seja pública.” O educador Julio Roberto Groppa Aquino não fica apenas na convocação: sua análise sobre a escola brasileira é demolidora. Governo, empresários do setor, pais, professores, mídia especializada… Exceto pelos maiores interessados, e prejudicados, as crianças e adolescentes, nenhum grupo envolvido no processo é poupado. Aos 42 anos, Groppa assegura que, desde que começou a trabalhar com educação, há duas décadas, só viu a situação piorar.

Professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, com doutorado feito na própria USP e pós-doutorado pela Universidade de Barcelona, Groppa é autor de quatro livros sobre o cotidiano escolar e co-autor de vários outros, entre os quais Em Defesa da Escola (Papirus, 2004). Além da docência na universidade, lecionou no ensino básico e hoje assina a coluna Quadro Negro, na revista Educação.

Nesta entrevista, Julio Groppa expõe o que considera a escuridão reinante no quadro escolar brasileiro. E não se furta a nomear alguns dos protagonistas do “desastre” educacional do País, resultante da manutenção de “mitos”, de palavras de ordem vazias, descaso, farsa e abandono.

CartaCapital: Quais são os maiores mitos em torno da escola brasileira?
Julio Groppa: O maior deles é o de que a educação seria o grande instrumento de ascensão social. Acredita-se nisso há séculos. A idéia de que a educação faz a diferença é a base do pensamento moderno. A ciência, a tecnologia, o progresso, tudo isso tem a ver com a idéia de educação como pilar. Tanto a esquerda quanto a direita repetem que a educação dos pobres melhora a vida deles próprios e do País. Parece-me um mito já de largada, porque a gente não vê isso acontecer concretamente aqui. O grande potencial de transformação social da educação, seu papel fundamental para uma melhor distribuição de oportunidades e renda, que ela desempenha em outros lugares, no Brasil não se realiza. A escola brasileira é cuspida e escarrada a realidade brasileira, com todas as suas injustiças. E não se trata de ela reproduzir a realidade brasileira: ela é a realidade brasileira. Há um mito de que existem ilhas escolares que são o luxo, associadas às escolas privadas, e, em volta, um grande aterro sanitário público onde depositamos as crianças pobres – porque, a rigor, as escolas se transformaram em lugares onde jogamos as crianças e depois de oito anos fazemos testes para ver no que deu. Só poderia mesmo dar nesse desastre que é a educação pública brasileira.

CC: Mas a idéia de que existem oásis de “luxo” educacional faz sentido? JG: Não. As escolas privadas transformaram-se em lugares de mero adestramento intelectual. Não há uma vírgula de diferença entre escolas de proposta x ou y. Em geral, todo o trabalho sustenta-se na idéia de transposição da informação enciclopédica que cai no vestibular. As escolas privadas tornaram-se treinadoras de prestadores de vestibular. E a expressão máxima disso são os cursinhos, essa excrescência da educação brasileira, cujos profissionais gozam, indevidamente, da fama de serem os melhores professores. Os cursinhos são tão-somente uma caricatura da escola privada. Ensinam o quê? A passar em vestibulares, que cada vez mais vão se sofisticando conforme o objetivo de excluir a grande massa da universidade pública.

- Esta entrevista continua num próximo post...





Educação Escolar: políticas, estrutura e organização

Manter-se atualizado é muito importante em qualquer profissão. Hoje deixo uma indicação de leitura que é imprescíndivel para quem está começando na educação e também muito importante para os profissionais que já estão na ativa e que querem manter -se atualizados:

Educação Escolar: políticas, estrutura e organização
José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira, Mirza Seabra Toschi
São Paulo: Cortez, 2003 - coleção Docência em formação





"Este livro proporciona aos professores e gestores dos sistemas de ensino e das escolas bases conceituais para uma análise dos aspectos sociopolíticos, históricos, legais, pedagógicos-curriculares e organizacionais da educação escolar brasileira e da organização e gestão da escola, possibilitando uma visão crítico-compreensiva dos contextos em que os profissionais da educação exercem suas atividades."


Boa leitura!
Mirtes


MEC propõe alterações para tornar a escola mais atraente

28/02/2011
São Paulo
Uol Educação

Os dados chocam: metade dos jovens de 15 a 17 anos estão fora do ensino médio, informa reportagem de Fabiana Rewald, publicada na Folha desta segunda-feira. Parte desse contingente estuda, com atraso, no ensino fundamental. Mas outra parte, a face mais preocupante dessa estatística, deixou os bancos escolares para trás.
"[Os alunos] encontram um ensino [médio] organizado em torno de um número muito grande de disciplinas, sobrecarregadas de conteúdos mais voltados para vestibulares, muitos deles sem significado para suas vidas", diz Francisco Aparecido Cordão, presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.
O CNE discute atualmente uma atualização das diretrizes curriculares do ensino médio. Um dos programas que tem servido de base para a discussão é o Ensino Médio Inovador, criado e financiado pelo Ministério da Educação e já implementado em 357 escolas do país em 2010 --São Paulo não participa, mas estuda entrar.
O programa se baseia em quatro eixos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. Cada escola cria seu plano de ação pedagógica, que pode eleger um desses eixos como principal ou misturá-los, em atividades complementares, que podem acontecer até fora da sala de aula.
Para isso, a carga horária passa das 2.400 horas anuais obrigatórias para 3.000. Outros focos são leitura, artes e atividades em laboratórios, além da dedicação integral dos professores.
O governo do Rio já planeja estender o modelo para mais escolas em 2013. Hoje, 16 participam. Antonio Paiva Neto, subsecretário de Gestão da Rede e de Ensino, cita como exemplo uma escola que integrou todos os conteúdos dados em aula ao mundo do trabalho.
"O programa acaba mexendo com a prática pedagógica do professor e o aluno começa a questionar. Ele vê que é possível que aquela disciplina seja ministrada de uma outra forma", diz Letícia Ramos, coordenadora do programa em Pernambuco.





Brasil não se preparou para demanda no ensino médio, diz consultor do Unicef

Ana Okada
Em São Paulo
28/02/2011 - 09h53


O Brasil não se preparou para a demanda atual de estudantes no ensino médio, diz Mário Volpi, coordenador do programa "Cidadania dos adolescentes" do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). "Nunca houve um investimento tão denso, profundo e sistemático no ensino médio como houve no fundamental; não só financeiro, mas no capital humano. Agora, o país precisará se preparar com os alunos dentro da sala de aula", diz.
Segundo estudo do Unicef divulgado na sexta-feira (25), um em cada sete adolescentes brasileiros está fora da escola e, dentre os que estão na sala de aula, a distorção entre idade e série que deveriam cursar é alarmante: dentre os alunos de 14 a 17 anos, mais da metade está fora do nível secundário - etapa em que deveriam estar.

Apesar de apontar iniciativas que deverão beneficiar essa etapa da educação, tais como a instituição da obrigatoriedade do ensino de 4 a 17 anos, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que acabou com a incidência da DRU (Desvinculação de Receitas da União) sobre a verba destinada à educação e a criação do piso nacional do professor, ele salienta que é preciso criar uma política educacional em que o ensino médio "faça sentido" para o adolescente e que ajude a acelerar a transição entre o fundamental e a segunda etapa para os que estão atrasados.
Hoje, diz Volpi, há poucas alternativas para que o aluno atrasado no fundamental possa chegar ao médio sem concluir todos os anos de estudo regularmente. "Há experiências muito localizadas, como a educação por módulos, mas é preciso avançar nessa questão. A gente percebe que há rigidez excessiva nesse campo dos adolescentes e o que é preciso não é tanto rigidez, mas criatividade."
De acordo com o educador, o ensino secundário de hoje está mais voltado ao jovem maior de 18 anos, enquanto deveria focar o adolescente de 15 a 17: "a adolescência é a fase em que se aprende pela interação, pelo diálogo, pela descoberta, pela experiência; essas características é que deveriam nortear essa etapa. Quando você tem uma política para o adolescente, ela tende a funcionar melhor".
Da mesma forma, Volpi defende políticas específicas para o adolescente na cultura e na saúde. Como exemplo, ele cita os casos de gravidez na adolescência, em que as jovens ficam entre pediatras e ginecologistas. "Não tem um serviço especializado para o adolescente que permita a ele colocar as dúvidas que tem; houve políticas localizadas, mas se perderam. Falta preparação para lidar com o jovem."
"Esse é o momento em que talvez tenhamos o maior número de adolescentes no mundo, é o momento que vai definir as características da próxima geração. Se não tiver um grande investimento nesse adolescente, podemos perder o investimento que fizemos na primeira década de vida [dele]", diz.

UOL Educação

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Novo piso salarial de professores

Piso salarial de professores será de R$ 1.187
MEC esclarece que remuneração vale para quem trabalha 40 horas semanais. Reajuste foi de 15,85% em relação a 2010
Priscilla Borges, iG Brasília | 24/02/2011 15:42
O salário mínimo do professor brasileiro deve ser a partir de agora de R$ 1.187,08. O valor é 15,85% maior do que o piso salarial de 2010, que estava em R$ 1.024,67. Em nota oficial, o Ministério da Educação explicou que têm direito a essa remuneração mínima professores de nível médio que trabalhem 40 horas semanais. Não há piso definido para quem trabalha apenas 20 horas semanais. A Lei nº 11.738, que regulamenta a remuneração mínima, afirma que os trabalhadores em jornadas diferentes das 40h semanais devem ganhar salários "proporcionais" ao piso.
O reajuste do piso salarial dos professores da educação básica – que ainda é alvo de ação na Justiça – foi calculado com base no valor mínimo gasto por aluno segundo o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Em nota, o MEC diz que todas as redes educacionais, públicas ou privadas, devem cumprir a determinação de aumentar os salários dos professores de acordo com o novo percentual, já que “essa remuneração está assegurada pela Constituição Federal”.

A determinação vale a partir de janeiro. Portanto, os salários dos professores terão de ser reajustados desde já. A Confederação Nacional dos Municípios discorda da decisão. Em nota, eles reclamam que os cálculos do ministério são feitos com os valores estimados para serem gastos com cada aluno no ano anterior e que o gasto real – que segundo eles deveria ser o utilizado para calcular o reajuste dos professores – só é conhecido em abril. Só nessa data os dirigentes municipais acreditam que a correção salarial deveria ser feita.

Seguindo essa lógica da CNM, o piso salarial em 2010 seria de R$ 994 e não R$ 1.024,67. O problema é que muitos municípios alegam não ter recursos financeiros para pagar o piso aos seus professores. A nota do MEC ressalta que “o aumento é determinado de acordo com a definição do custo-aluno pela lei do Fundeb, no início do ano”.

Ajuda a quem não pode pagar

A novidade é que o ministério aprovou novos critérios para ajudar prefeituras e governos estaduais que não podem cumprir o piso. A resolução da Comissão Intergovernamental para Financiamento da Educação de Qualidade determina que o orçamento de quem não pode pagar o piso salarial aos professores seja complementado com verbas federais seguindo os seguintes critério:

1. Aplicar 25% de suas receitas na manutenção e desenvolvimento do ensino;
2. Preencher o SIOPE (Sistema de Informações sobre Orçamento Público na Educação);
3. Cumprir o regime de gestão plena dos recursos vinculados para manutenção e desenvolvimento do ensino;
4. Dispor de plano de carreira para o magistério com lei específica;
5. Demonstração cabal do impacto da lei do piso nos recursos do Estado ou município;

De acordo com o MEC, o “esforço desprendido pelas administrações solicitantes na tentativa de pagar o piso salarial do magistério” será avaliado com essas informações. Há uma reserva de R$ 1 bilhão para este fim.

Os critérios foram negociados pelo MEC com representantes do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Educação (Consed), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). As entidades consideravam a portaria anterior muito rigorosa. Porém, de fato, receberão a ajuda os Estados que já recebem complementação da União para garantir os investimentos mínimos em educação (por aluno): Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí.
Piso provisório
O consultor educacional da Undime, Luiz Araújo, lembra que esse é um piso salarial “provisório”. Ele explica que existe um projeto de lei tramitando na Câmara dos Deputados que fixa novas fórmulas para cálculo do reajuste do piso. A conta passaria a ser feita com base nos valores efetivamente gastos por Estados e municípios com cada aluno nos dois últimos anos. Aí, o reajuste não poderia ser feito no começo do ano, quando o valor do custo-aluno do Fundeb efetivo não é conhecido.
“O importante é que, com a aprovação da lei, todos os Estados e municípios terão de cumprir esse pagamento. O reajuste anunciado pelo MEC não está em ato oficial e muitos dirigentes encaram como recomendação”, comenta. Para Luiz, o percentual de reajuste é bom se comparado à inflação. “Mas o valor do piso do professor ainda não é atrativo”, ressalta.

Professores contestam cálculo

Mais do que não considerar os valores atrativos, a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) discorda do modo como o MEC indica o cálculo do reajuste. Segundo Roberto Leão, presidente da confederação, a lei 11.738, de julho de 2008, que regulamenta a instituição do piso, diz que o reajuste deve seguir o mesmo percentual do reajuste do custo por aluno. “Para nós, o reajuste teria de ser de 21,72%. Consideramos essa interpretação do MEC equivocada”, diz.
O artigo de nº 5, citado por Leão, afirma que o reajuste do piso deve ser feito sempre em janeiro e que a atualização dos valores deve ser feita “utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano definido nacionalmente”. Para Leão, o ministério cede à pressão de prefeitos e governadores que afirmam não ter dinheiro para pagar o piso.
“Já sugerimos que muitos sindicatos entrem na Justiça para questionar esse valor. Com a votação do projeto que está no Congresso, ninguém teria mais desculpa para descumprir o pagamento do piso. Por isso é importante que ele seja votado logo”, ressaltou.

Alunos terminam Ensino Médio sem aprender

Alunos terminam ensino médio sem aprender
Avaliações mostram que 90% não têm o conhecimento mínimo esperado para a fase.
Cinthia Rodrigues, iG São Paulo | 23/02/2011 07
Calcular quanto um trabalhador deve receber em cada parcela do 13º salário pode parecer uma tarefa trivial após 11 ou, mais recentemente, 12 anos de estudo que levam uma pessoa até o fim do ensino médio. A maioria dos jovens que concluíram essa fase na última década, no entanto, não consegue chegar ao valor correto. O exemplo ajuda a entender uma estatística alarmante sobre o conhecimento dos alunos no terceiro ano do ensino médio. Segundo o Ministério da Educação, apenas 10% dos estudantes adquirem os conteúdos esperados.
A terceira reportagem da série especial do iG Educação sobre o ensino médio mostra como os jovens se formam com conhecimentos irrisórios. Nem todos os alunos dessa etapa escolar passam por avaliações do MEC – como ocorre no ensino fundamental – mas os resultados são suficientes para produzir estatísticas assustadoras. 
A mais recente delas, do Ibope, mostra que 62% das pessoas com ensino médio não são plenamente alfabetizadas. A expectativa era que, aos 18 anos, e tendo frequentado a escola durante a infância e a adolescência, os jovens soubessem ler e entender textos longos, mas só 38% o fazem.
Para quem ainda está estudando, o governo aplica, desde 1999, uma prova por amostragem do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Em todas as edições, o porcentual de  alunos do 3º ano do ensino médio que chega à pontuação adequada nas provas de matemática variou entre 9,8% e 12,8%. No último exame, de 2009, foram 11%. “O que preocupa é que não saímos deste patamar, mesmo quando temos uma melhora no fundamental. Quando o jovem vai para o médio, estaciona”, comentou Mozart Neves Ramos, consultor do movimento Todos Pela Educação, em apresentação de números organizados pela ONG a partir da avaliação feita pelo governo.
Considerando apenas os conhecimentos de língua portuguesa, o resultado é menos ruim, porém ainda chocante: 28,9% alcançaram a nota mínima no teste de 2009. Os números valem para todos os estudantes, incluída a rede privada. Considerado só o sistema público, o porcentual cai para 23,3% em português e 5,8% em matemática. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), a amostra apenas das particulares é pequena para concluir o porcentual de estudantes desta rede que aprende o necessário.

Para ler na íntegra clique aqui.

Tiririca na Comissão de Educação e Cultura da Câmara

PR confirma Tiririca na Comissão de Educação e Cultura da Câmara

25/02/2011

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO

O líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), confirmou nesta sexta-feira (25) a indicação de Tiririca (SP) para a Comissão de Educação e Cultura da Câmara, que será instalada na próxima semana.
Em janeiro, o deputado já havia manifestado o desejo de participar da comissão. "Quero trabalhar na área de educação e cultura. É o que o partido também quer", afirmou o humorista em entrevista à Folha.
"Devemos frisar que a Comissão é de Educação e Cultura. Se ficarem falando que é só de educação fica 'diferente', em vista das coisas que andaram falando dele", disse Portela.
Após ser eleito com votação recorde de 1,3 milhão de votos, Tiririca teve que passar por um teste de alfabetização aplicado pela Justiça Eleitoral.
"Ele é um palhaço de grande experiência, com certeza vai contribuir com projetos e com suas propostas na área cultural", completou o líder do PR.
A comissão será presidida pela deputada Fátima Bezerra (PT-RN). Das 32 vagas da comissão, o PR tem direito a duas.
Segundo o partido, Tiririca será apenas membro e não disputará na vaga na direção.
O deputado também será indicado suplente da Comissão de Turismo e Desporto da Câmara.
Desde que assumiu no dia 1º de fevereiro, Tiririca ainda não fez o esperado discurso de estreia.
No entanto, o deputado chamou a atenção durante a votação do salário mínimo.
Segundos depois de dizer que apoiaria o governo e seu partido pelo mínimo de R$ 545, Tiririca votou a favor dos R$ 600, apresentado pelo PSDB.
Questionado, ele disse que tinha votado não. Informado que na listagem oficial da Câmara tinha saído sim, afirmou: "Ih, então eu votei não e saiu sim".



Esse é um país é de "ficção científica"...filme "B" da pior espécie....

Durmam com mais essa!

Mirtes

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas

Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas

Quais as chances de um aluno da escola pública entrar nas melhores universidades do país?
Pequenas! Mas, não impossíveis. Todos os anos nos deparamos com notícias de ex-alunos que entraram nas universidades públicas. E que estão se saindo muito bem! Com certeza esses alunos se empenharam, se dedicaram e agora colhem os frutos desse esforço.
Mas também sabemos que eles foram, muitas vezes, rechaçados pelos colegas numa inversão de valores como nunca se viu. Entre grande parte dos adolescentes, o aluno dedicado e que quer estudar é considerado “bobo”, “cdf”, “nerd”  etc.  São vítimas em potencial do “bulling” escolar.
Na rede estadual de ensino de São Paulo temos excelentes professores, que podem fazer uma trabalho diferenciado e ajudar a dar um novo rumo à vida dessa garotada. Mas onde está o problema?
Essa é uma questão muito complexa, pois vários fatores influenciam na qualidade do ensino. Só para citar alguns problemas posso falar da desmotivação profissional, das salas super lotadas, da falta de uma organização escolar que propicie um ambiente ideal para o desenvolvimento das aprendizagens etc., etc. etc. Na verdade são muitos os fatores, mas hoje quero me deter a um problema que enfrentamos nas escolas : aqueles alunos que não querem aprender.
Apesar das teorias pedagógicas virem com mil idéias bonitas a respeito da educação e da ação dos professores que devem estimular a vontade de aprender nos alunos, que os professores devem “aprender a aprender, para poder ensinar a aprender”, todos aqueles que estão em sala de aula e não nos bancos acadêmicos desenvolvendo teorias, sabem que a realidade é muito mais difícil do que parece nas teorias pedagógicas. Temos alunos que não querem aprender, isso é fato!!! Não adianta novas tecnologias, novas abordagens, não adianta malabarismos que o professor possa inventar, simplesmente eles não querem. Os motivos dessa falta de interesse também são complexos e merecem reflexão de toda sociedade. Mas, nesse texto não vou discorrer sobre isso, pois a idéia é falar dessa dificuldade que nós professores enfrentamos no nosso cotidiano.
Esses alunos são aqueles que atrapalham o desenvolvimento das atividades e conseqüentemente atrapalham aqueles alunos que querem aprender. Como lidar com isso? Como não ser conivente com essa situação e acabar prejudicando aqueles que poderiam ser os futuros alunos da USP, Unicamp etc.?
Falamos muito em direitos e, é lógico, que isso é bom e representa um avanço num país como o nosso, mas também pode ser um retrocesso no momento em que não trabalhamos a idéia de dever. O aluno não pode ter o direito de atrapalhar as aulas, de ofender colegas, de não deixar o colega estudar, de não deixar o professor exercer sua profissão com dignidade. Onde ficam os direitos do bom estudante? Do professor? Dos alunos que querem participar e receber uma educação de qualidade?
Está na hora de repensarmos nosso país. Com a democratização do Brasil após o  fim da ditadura militar, ocorreram inúmeros debates e muito se avançou na área de direitos humanos, de direitos da Criança e do Adolescente, de combate ao racismo, combate aos preconceitos etc. Tudo muito positivo, porém, parece que esquecemos da contrapartida: o direito de um termina onde começa o direito do outro.
É obvio que essa questão é difícil de ser equacionada.  E por isso, sempre me questiono:  Que país estamos construindo? O que esperamos do futuro dessas gerações que passam por nós? O que estou fazendo no sentido de ajudar a construir um país melhor? Será que me tornei apenas mais uma peça da engrenagem do sistema e me alienei? Será que estou colaborando para perpetuar as injustiças?
Percebo que mais tenho dúvidas do que respostas. Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. 

Mirtes.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Plano de carreira para o Magistério público estadual

Plano de carreira do magistério público de SP

Hoje tivemos uma discussão acalorada na escola sobre a proposta do governo de formação de equipes nas escolas para discussão sobre um novo plano de carreira para o magistério.

“Resolução SE-7, de 10-2-2011  -Para ver na íntegra clique aqui.
Constitui Grupo de Trabalho para elaborar propostas de reestruturação do Estatuto do Magistério Paulista e dos Planos de Carreira, Vencimentos e Salários para os integrantes dos Quadros do Magistério e de Apoio Escolar”

A nossa discussão não foi sobre as possíveis propostas que poderíamos fazer, mas sim na descrença de grande parte dos professores sobre a possibilidade de o governo estar querendo nos ouvir, de que essa proposta é apenas para que o plano de carreira, quando entrar em vigor, pareça ter sido criado a partir de um grande diálogo com a comunidade escolar.
È fácil entender a descrença e o desanimo do professorado paulista. Há anos somos responsabilizados por todas as mazelas que ocorrem na educação, tudo é “culpa” do professor. Levamos “paulada” de todos os lados e a sociedade, na maioria das vezes, não nos apoia.
Temos um novo secretário na pasta da educação, o sr. Herman Voorwald, mas a gestão PSDB é a mesma há 16 anos – Mario Covas (1996-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006),  Cláudio Lembo (2006-2007), José Serra (2007-2010), Alberto Goldman (2010-2011) e novamente o Alckmin....Nossa!!! Isso já é dinastia!!!
Ao longo desses anos, as decisões foram tomadas nos gabinetes da secretaria da educação, as bases não foram ouvidas e tudo foi resolvido com decretos e resoluções.
Portanto, quando aparece uma proposta dessas é óbvio que haja muita desconfiança.
Correndo o risco de parecer “Pollyanna”, tendo a ver essa proposta com bons olhos, pois é uma primeira sinalização de que é preciso consultar as bases. Essa consulta não resultará em nada? Pode ser, mas podemos tirar algum proveito dela. É uma oportunidade para estudarmos o atual plano de carreira, que muitos professores desconhecem (absurdo!), podemos nas nossas Unidades Escolares, iniciar um processo de discussão mais politizado (politizar o discurso e ação educacional e não partidarizar), afinal vemos professores que receberam uma formação acadêmica totalmente despolitizada, que chegam nas escolas sem a consciência do papel político da educação.  
Infelizmente os HTPC’s não nos proporcionam um debate rico nesse sentido.
Também vejo com bons olhos as declarações do sr. Voorwald de que é necessário um plano de carreira e valorização do magistério. Politicagem? Discurso vazio para ganhar os mais incautos? Pode até ser! Na verdade, até penso que é mesmo. Porém uma luz apareceu no fim do túnel: essa foi a primeira vez nesses 16 anos que alguém do alto escalão, e no caso, o próprio secretário, afirmou publicamente que o magistério publico paulista precisa de um plano de carreira urgentemente, que precisa de ser valorizado, ou seja, a partir desse discurso não dá mais para eles negarem o problema, como fizeram durante todos esses anos. Ficou claro que estamos à deriva e cabe eles tomarem o leme desse barco, senão ficará difícil para o Alckmin pleitear  o planalto nas próximas eleições.

Mirtes

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O início do blog

Como decidir sobre o primeiro post de um blog???
Pensei um pouco e achei importante expor os objetivos do blog e a escolha de seu nome:
Gosto muito de pesquisar sobre educação, não apenas sobre teorias e novas "modas" pedagógicas, mas, sobretudo as leis, resoluções e tudo mais que possa interferir na nossa vida enquanto professores.  Diariamente acesso os sites da Secretaria da Educação de São Paulo, o Diário Oficial, comunidades de professores no orkut ou facebook, enfim , sei que parece loucura, mas a internet também é uma paixão minha, então sempre tento aproveitar meus acessos  para aprender um pouco e ficar "antenada" com as novidades. Foi assim que surgiu a idéia do blog.
Sempre compartilho com o maridão, o Euri, minhas leituras, minhas dúvidas, incertezas e até mesmo aquilo que acredito serem minhas "certezas' (sei que elas não existem!!!) .
Pensei em compartilhar com mais pessoas, trocar informações e mais que isso, trocar idéias, ver sugestões, aprender junto com os outros...
E o nome Oficina da Educação???  Bom, quem sabe da minha história pessoal já deve ter imaginado que me inspirei na  "Oficina do Vestibular", um cursinho pré-vestibular que existia aqui em Ubatuba e que mudou a vida de muitas pessoas . É uma forma de homenagear o professor Maurício Mungioli, o idealizador da "Oficina" e que em nossos longos "papos cabeça' sempre falávamos da importância da educação estar sempre em construção como numa "oficina"...é algo que nunca está pronto, sempre tem mais e mais.
É assim que me sinto, quanto mais leio, mais aprendo e mais vejo que sei tão pouco...por isso o trabalho é constante e o blog vai me ajudar a sistematizar minhas leituras, compartilhar com outras pessoas, além de possibiliatr um espaço para debates de idéias.

Na foto abaixo um homenagem aos inspiradores: Mauricio Mungiloi e Euri

Um abraço a todos.
Mirtes